A primeira coisa que me seduziu neste livro foi o título. Sabe quando andamos distraidamente numa
livraria e nos deparamos, num lance de olhos, com um livro que nos desperta algo? Então. A capa foi o que
me seduziu em segundo lugar. Não sei o
motivo, sei lá, mexeu na minha subjetividade (rsrsrs).
Posso dizer sem hesitação, que PCDM foi o livro mais tocante
e sensível que li. Nunca fiquei tão emocionada com uma leitura. O que de
certa forma, não me surpreendeu. Essa é a minha primeira experiência com a
literatura sul-coreana. Sou uma fã inveterada do cinema e das séries da Coréia
do Sul, pois os coreanos têm uma sensibilidade incrível na manifestação da sua
arte. Admiro a maneira que eles expõem, em suas manifestações artísticas, os
seus valores e ética. Por isso, que eu tinha boas expectativas para esse livro.
Tenho tantas
impressões para compartilhar sobre esta leitura, que tenho medo de não consegui
transmitir com fidelidade tudo que senti. Mas, inicialmente, vamos à sinopse.
“Por favor, cuide da
mamãe, conta a história de Park So-nyo. Moradora de uma aldeia no interior da
Coréia do Sul e mãe de cinco filhos já crescidos, ela desaparece ao chegar em
Seul para visitá-los. O marido a perde na estação de trem da cidade. Essa é a
última vez que Park é vista”.
Após o desaparecimento de Park So-nyo, a família a busca
desesperadamente. E é nesta procura, que a idosa, embora ausente, desnuda-se aos
olhos dos seus filhos e marido. Antes, ela era apenas a “Mamãe”, e ao longo da
narrativa, Park So-nyo torna-se mulher,
amante, filha e esposa. PRECISO mostrar algumas citações, ok?
“Você foi pega desprevenida. Jamais pensara em Mamãe separada
da cozinha. Mamãe era a cozinha e a cozinha era Mamãe. Nunca se perguntou se
Mamãe gostava de ficar na cozinha” (pág. 59).
“... Você não sabia por que levou tanto tempo para perceber
algo tão óbvio. Para você, Mamãe era sempre Mamãe. Jamais lhe ocorrera que ela
tivesse um dia dado seus primeiros passos ou que uma vez tivesse tido 3, 12 ou
20 anos de idade. Mamãe era Mamãe. Já tinha nascido Mamãe. Até vê-la correndo
daquele jeito na direção do seu tio, você ainda não tinha compreendido que ela
era um ser humano que nutria exatamente o mesmo sentimento que você
experimentava em relação aos seus próprios irmãos, e essa percepção levou à
compreensão de que ela também tivera uma infância. Desde então, você às vezes pensava
nela como uma criança, como uma menina, como uma jovem, como uma recém-nascida,
como uma mãe que tinha acabado de dar à luz você” (págs. 31 e 32).
É de uma sensibilidade assustadora a maneira que a escritora
humaniza esta personagem. Park So-nyo, sem sombra de dúvidas, já está no meu TOP 3 de personagens femininas favoritas. Ela me comoveu. Fiquei com o coração apertado em vários momentos e foi impossível segurar o choro.
O maior mérito do livro é a aproximação que ele tem com o leitor. Não tem como não rolar aquela identificação. Tipo, impossível da gente não lembrar de tudo que as nossas mães enfrentam por nós, seja alegria ou tristeza.
É claro que a autora usou situações limites, e não dá para dizer quais são elas, pois é entregar de bandeja a história. Nem todas as famílias se relacionam da mesma forma que a da personagem (aleluia!), mas com certeza, o livro cumpre o seu papel ao lembrar-nos que nem sempre a gente valoriza suficientemente as nossas mães.
É uma leitura que recomendo. Das pessoas que conheço e que leram o livro, não teve nenhuma que não gostou. Minha amiga Ritinha disse que foi a coisa mais preciosa que ela leu. Então, você está esperando o quê?
Título: Por favor, cuide da mamãe
Autor: Kyung-Sook Shin
Editora: Intrínseca
Beijokas!!!
Adorei, vou procurar este livro..beijos
ResponderExcluirFoi mesmo!!! Hehehe. Me emociono só de lembrar. É um livro que darei à minha filha para ler, se um dia eu tiver uma!
ResponderExcluirÉ mesmo! Amei sua resenha e me emociono só de lembrar. É um livro que darei à minha filha para ler, se eu tiver uma! ;-)
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