domingo, 31 de março de 2013

Pequena Abelha, Chris Cleave


Fiquei receosa se divulgaria esta resenha, sabe? Perguntava-me se deveria mostrar a vocês o que realmente achei do livro mesmo que não tenha sido algo tão bom assim (na minha concepção). Pois bem, o conflito reside no fato de que quando escrevo minhas impressões sobre algo, é para despertar o interesse dos meus leitores. Então, como vou falar de uma coisa que não gostei cem por cento? Foi aí que notei que "impressões" são extremamente pessoais. E para confirmar isso, visitei alguns blogs que postaram resenhas de "Pequena Abelha" e a percepção da maioria foi realmente muito boa. Aí, resolvi me arriscar, mesmo sendo um tanto "do contra"

Vou logo confessar de cara, que eu fui vítima da minha curiosidade.  E além de comprar esse livro mais pela capa (achei bonitinha), também fui seduzida pelas frases que estavam escritas lá, tais como: “uma história arrebatadora”, “uma obra de arte”, etc e tal. E ainda tinha um alerta que quanto menos a gente souber sobre o livro, melhor. Bem, isso foi motivo para que eu o priorizasse antes de outros livros que estão há séculos na minha estante.

Bem, de fato nunca imaginei que o livro contasse a história de uma menina de 16 anos, nigeriana e refugiada, que, num belo dia, cruzaria o caminho de uma mulher de mais ou menos 30 anos, britânica e jornalista e que depois desse encontro suas vidas mudariam por completo.

É um livro que tem pretensões de superação. Algumas partes são super deprimentes, tristes pra caramba, e  fiquei com o coração na mão logo no primeiro parágrafo:

"Às vezes eu penso que gostaria de ser uma moeda de uma libra esterlina em vez de uma menina africana"  (pág. 01).

No começo, achei a personagem Pequena Abelha (Abelhinha) bem confusa e enrolada, ou melhor, os pensamentos dela eram bem enrolados, parecia que o autor ficava dando voltas e voltas sem sentido. Mas, depois percebi que tudo aquilo era fruto de um grande trauma e não teve como não me apaixonar por ela. É uma personagem sofrida, que acima de tudo quer recomeçar a sua vida depois do evento que é o grande marco do livro. 

"Mas, o filme da sua memória, desse não se pode livrar assim com tanta felicidade. Onde quer que você vá, ele está sempre passando dentro da sua cabeça. Portanto, quando digo que sou uma refugiada, você deve compreender que não existe refúgio" (pg. 54).

Já, a Sarah, sei lá, não fui com a cara dela... kkkk! Uma mulherzinha bem complicadinha, viu? Achei-a bem rasa em comparação à Pequena Abelha. Odeio personagens femininas trabalhadas no mi-mi-mi, com suas angústias de mulher moderna. A única coisa legal da Sarah é o filho fofinho, que me fez falar várias vezes "ownwnwnw". Uma gracinha de personagem. Roubou a cena várias vezes.
Cada capítulo é narrado por uma das personagens principais, e, justiça seja feita, gostei do foco narrativo, pois o autor vai tecendo a trama de forma que culmine lá no tal fato misterioso.

E qual foi o motivo da minha decepção com esse livro? Bem, como eu falei acima, a minha compra foi motivada pela curiosidade. Logo, criei uma baita expectativa. Tem um mistério no livro, que é o tal fato que uniu as duas personagens. Antes de chegar nessa parte, eu meio que fui desconfiando, mas o autor faz tanto mistério com esse tal segredo, que chega a ser frustrante. É como se o livro inteiro culminasse para esse momento e não conseguisse mais sair dessa atmosfera. Depois disso, fiquei me perguntando: e aí? O que vai ser? Sei lá... rolou muita enrolação, uma dificuldade de caminhar para o desfecho.  E quando a mudança acontece, é tão precipitada e incoerente com a essência da Pequena Abelha, que até agora estou me questionando, que merda de final foi aquele?!

Acredito que a maioria das pessoas deve ter achado o final poético. Mas, sério, gente, eu que adoro um desfecho pouco convencional, ainda não me conformo. Ficou aquela sensação de que a personagem nadou, nadou e morreu na praia.

Quem, por acaso, ficar curioso sobre livro vai poder fazer a leitura de duas resenhas mais amigas nos seguintes links, ok? 

Ainda Minina Má: acesse aqui
Nem um pouco épico: acesse aqui

Beijokas!!!

5 comentários:

  1. Agora, perdi a vontade de ler esse livro. KKkkkkkkk

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  2. Oi Mira
    essa é a sua primeira resenha que leio, gostei muito, mesmo não tendo certeza se quero ler o livro. Gosto de dramas, então, quem sabe.
    Eu gosto de ler livros sobre os quais sei pouco tmbm, chegar na livraria, ler essas 'frases de efeito', curtir a capa e levar para casa para saber mais.

    bjs e boa páscoa

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  3. muito sincera sua resenha , legal isso .Nada de falar bem so pra agradar . Eu nem vou perder tempo , tem muitos livros melhores , rsrsrsrs . Andei lendo que o livro da marian keyes = A estrela mais brilhante do céu , é muito bom e vale a pena ler . Você já leu esse ?

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    1. Nunc me interessei pelos livros dela. Quem sabe um dia ainda role.
      Bjos

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  4. Ahhhh vc está certíssima, tem que dizer o que achou....beijos

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